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Radiação eletromagnética de telefones celulares: uma ameaça potencial à saúde

Na atual era da informação, os telefones celulares tornaram-se onipresentes em todo o mundo, servindo como ferramentas essenciais para comunicação e acesso à informação. Consequentemente, a exposição humana à radiação eletromagnética (EMR), emitida por esses dispositivos, aumentou exponencialmente. Esse aumento gerou uma preocupação significativa sobre os riscos potenciais à saúde associados ao EMR. Embora classificada como radiação não ionizante, o que significa que não possui energia para ionizar diretamente átomos ou moléculas e danificar o DNA, alguns estudos sugerem mecanismos de interação mais sutis que podem levar a danos biológicos.

Um desses estudos, conduzido pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos (NTP), investigou as possíveis repercussões da alta exposição a EMR de telefones celulares. Ele revelou que tal exposição resultou em um tipo raro de tumor cardíaco conhecido como schwannoma em ratos. Este achado indica uma possível relação entre dano celular e altos níveis de exposição EMR.

Em outra pesquisa significativa, um estudo de uma década realizado pelo Instituto Ramazzini, na Itália, refletiu os resultados do estudo do NTP, fornecendo assim alguma consistência a essas descobertas. O estudo encontrou um aumento estatisticamente significativo na incidência de schwannomas cardíacos em ratos machos expostos a EMR.

Além disso, alguns estudos epidemiológicos sugerem ligações potenciais entre o uso prolongado de telefones celulares e tipos específicos de tumores cerebrais. Notavelmente, o Interphone Study, o maior conjunto de estudos sobre esse assunto até o momento, relatou em 2010 uma sugestão de aumento do risco de glioma, um tumor cerebral maligno, entre os 10% principais usuários pesados ​​(média de 30 minutos por dia durante um período de 10 anos).

Além disso, um estudo realizado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) envolvendo 14 países indicou um ligeiro aumento no risco de glioma entre os usuários mais intensivos de telefones celulares. Para expandir isso, um estudo sueco mais recente em 2017 também encontrou um padrão consistente de aumento do risco de glioma e neuroma acústico associado ao uso de telefones celulares e sem fio.

Apesar desses estudos, é fundamental observar que os achados das pesquisas não são totalmente consistentes, e o aumento do risco observado em alguns estudos é relativamente pequeno. Além disso, problemas potenciais, como viés de memória, em que indivíduos com tumores cerebrais podem superestimar o uso anterior do telefone e a natureza em rápida mudança da tecnologia do telefone, podem influenciar os resultados do estudo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente classifica a radiação do telefone celular no Grupo 2B, o que significa que é “possivelmente cancerígena para os seres humanos”, com base na avaliação da IARC. Esta categoria inclui agentes para os quais há alguma evidência de ligação com o câncer, mas para os quais fatores de confusão não podem ser descartados.

Em conclusão, embora o presente corpo de pesquisa contenha indicações de que o EMR do telefone móvel pode apresentar um risco à saúde, a prova definitiva permanece indefinida. Dito isso, as evidências existentes sugerem que não podemos descartar totalmente os riscos potenciais associados ao EMR. Como tal, é prudente ter cautela, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes que podem ser mais suscetíveis aos efeitos potenciais da exposição a longo prazo.

A ciência é um campo dinâmico e, com pesquisas em andamento, podemos eventualmente ter uma compreensão mais clara dos possíveis impactos à saúde do EMR dos telefones celulares. Até lá, minimizar a exposição, por exemplo, usando fones de ouvido ou alto-falante ao ligar, reduzir o tempo de ligação ou manter o aparelho longe do corpo, podem ser medidas sábias a serem tomadas.

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